Respeito Sim! Tolerância Não!

Neste lugar estão aqueles que não aceitam a tolerância em quaisquer tipos de escolhas, de opções, de sexualidade, de religiosidade, de naturezas.

Este é o movimento dos “basta!”, “chega!” e “não!”.

Basta de falsa paz, de falsa aceitação. Basta de hipocrisia e de medo.

Chega de falsidade, de olhares tortos. Chega de querer que todos tenham as mesmas escolhas e os mesmos caminhos.

Não à convivência forçada, não ao moralismo pobre. Não ao individualismo e ao preconceito.

Aqui estão os que rejeitam a tolerância, pois ela é o limite da coexistência. É o fósforo próximo à pólvora. O punho cerrado frente às diferenças.

Por isso, não queremos ser tolerados.

Exigimos RESPEITO.

terça-feira, 27 de abril de 2010

“Queremos ter voz na sociedade política gaúcha”

“Queremos ter voz na sociedade política gaúcha”
Esta afirmação sintetiza o movimento iniciado em julho do ano passado que reivindica  liberdade religiosa, a partir da matriz afro. E sua expressão máxima está ancorada no respeito e não na tolerância.

         As redes sociais foram o primeiro cenário desta discussão que começou em uma comunidade virtual. Nela participavam representantes de casas religiosas e filhos-de-santos que privilegiavam o conhecimento da doutrina, da tradição e da cultura do batuque no Rio Grande do Sul. Com o avanço dos tópicos surgidos, finalmente o foco passou ser representação. “Estávamos cansados do preconceito e da falta de um fórum político legítimo, que dessem conta de termos o respeito e não a tolerância de quem quer que fosse”, diz Dinarte de Oxum.
         A partir desta constatação algumas pessoas que originaram o debate da necessidade de uma representação consistente em instâncias públicas formais do Estado começaram a se reunir e dar uma forma mais orgânica as ideias desta perspectiva. Então, surge o movimento Liberdade Religiosa: O que eu tenho a ver com isso? Respeito sim. Tolerância não. Na verdade, esta ação faz frente, entre outros aspectos, a elaboração de algumas leis que são fruto de determinado segmento religioso, sustentado pelas igrejas pentecostais.
         O maior exemplo desta postura se reflete em algumas alíneas da conhecida Lei do Silêncio que, curiosamente, em alguns espaços não tem qualquer repercussão. Vejam as frequentes reclamações dos moradores do bairro Cidade Baixa relacionadas as questões dos bares em que, além do barulho que provocam, seus clientes ocupam as calçadas, as ruas, o asfalto, pontos de táxi e paradas de ônibus sem acontecer qualquer ação mais evidente e respeitosa em defesa daqueles que são vítimas deste caos  - os moradores, que dia após dia suportam um horário elástico do final da tarde até às 7 horas da manhã, em  nome da diversão coletiva.
         Acontece que a lei do silêncio, ao que parece, foi criada com um alvo certo. Os rituais das casas religiosas de matriz afro, que além dos tambores contam com suas sinetas. E os praticantes destas casas estão correndo o sério risco de tentativa da  mordaça, travestida de cuidado com o bem-estar de alguns membros da comunidade, que moram próximos aos locais que têm rituais, alerta Pedro de Oxum.
         Não é difícil entender que apesar de todos os anos passados e da forte cultura afro no Rio Grande existam ainda instrumentos ou tentativas de “marginalizar e diminuir aqueles que historicamente foram forçados a cultuar seus orixás e entidades escondidos”, lembra Dinarte de Oxum. “Só que agora não dá mais”, desabafa. Já são hoje mais de 50 reuniões, com cerca de 2000 pessoas que comungam desta ideia e que, também, estão apostando na figura de um representante para disputar uma cadeira na Casa do Povo gaúcha, a Assembleia Legislativa, no próximo pleito eleitoral.
         Segundo os organizadores do movimento -  Liberdade Religiosa  - este é apenas um dos passos que serão dados em direção a uma política mais ampla em respeito e preservação da cultura afro no Rio Grande do Sul. “Também queremos ter voz na sociedade política”, defende Rodrigo de Xapanã. E arremata: “Não queremos ser tolerados, queremos ser respeitados”. Nossa mobilização, anuncia, conta com os elementos essenciais de qualquer organização em dia com a atualidade. O alicerce desta discussão está pontuado em três elementos organizacionais:
Missão - Construir, propor e vivenciar a representação de matriz afro, nas instâncias políticas, e, em especial, no poder legislativo, na busca de legitimação e respeito à liberdade religiosa. Valores - norteadores da causa são: Legitimidade de representação – sabemos quem somos e o que queremos. Precisamos garantir nossa presença  nos fóruns políticos. Além da liberdade religiosa com respeito. Tolerância não, base do nosso pensamento. Respeito à diversidade cultural, racial, de identidade sexual, de gênero, de classe social. Somos todos um só. E somos um no todo. Postura ecumênica – considerando a dimensão geográfica, cultural, política, de gênero, social e racial. Nossa atitude é de ação coletiva e plural. Visão: Em dez anos seremos referência no Brasil de representação religiosa e política no município, estado e nação. As culturas de matriz afro ocuparão os espaços públicos institucionais em nome da manifestação e respeito à liberdade religiosa, por meio, inclusive, de formação e educação.
         “Cansamos de ser invisíveis”. Por isso, queremos fazer um trabalho  comprometido, finaliza Pedro de Oxum.
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Para mais informações acesse - www.respeitosimtolerancianao.blogspot.com
Contatos e marcação de entrevistas com Neka Machado, nekamachado@gmail.com  [51] 99655940.

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